Nutri Debora Alves

Quando o peso sobe depois do final de semana e por que isso não significa retrocesso no emagrecimento

É muito comum que mulheres em processo de emagrecimento se assustem quando, depois de um final de semana mais social, com aniversário, almoço em família ou uma cervejinha, a balança mostra um número maior na segunda-feira. A sensação imediata costuma ser de culpa, medo e a impressão de que “perdi tudo que fiz durante a semana”.

Mas, do ponto de vista técnico, essa pequena oscilação não representa ganho de gordura. Compreender isso é essencial para manter um processo leve, estratégico e sustentável.

A balança reage ao contexto, não apenas à gordura corporal

O peso corporal é influenciado por uma série de fatores que têm pouco ou nada a ver com ganho de gordura. Entre eles estão maior ingestão de sódio ou álcool, que aumentam a retenção líquida, alterações no trânsito intestinal após refeições mais volumosas, menor qualidade de sono, comum nos finais de semana, e inflamação momentânea por alimentos diferentes do habitual. Tudo isso altera o peso do dia seguinte, mas não a composição corporal.

Por isso, quando uma mulher me diz que desceu um quilo na sexta e subiu um quilo na segunda, a resposta técnica é clara: isso não significa que houve retrocesso.

A medida mais honesta do progresso não está na balança: medidas mais confiáveis incluem o caimento das roupas, a estabilidade da fome ao longo do dia, a melhora na digestão, a consciência nas escolhas e a constância, mesmo após dias fora da rotina. Esses indicadores mostram a transformação real que a balança não capta.

Equilíbrio não é distração, é parte do processo

O emagrecimento sustentável precisa contemplar vida social, momentos especiais e escolhas fora da rotina. Não porque tudo pode, mas porque o corpo responde melhor quando a mente não está em guerra. Uma paciente que entende isso se culpa menos, retorna mais rápido à rotina e se mantém constante por muito mais tempo. É essa capacidade de atravessar semanas e finais de semana com consciência, e não com punição, que gera resultados duradouros.

Uma avaliação profissional não existe apenas para prescrever um plano alimentar. Ela revela onde estão os verdadeiros gargalos, quais erros passam despercebidos, onde já existem acertos e como ajustar alimentação e hábitos ao estilo de vida real da mulher. Essa clareza é um divisor de águas na forma de enxergar o corpo, a rotina e a relação com a comida.

Oscilar o peso depois do final de semana não significa retrocesso, falta de disciplina ou fracasso. Significa somente que o corpo reage ao contexto. O que transforma a jornada é ter orientação que une técnica, acolhimento e estratégia, para que o progresso aconteça sem culpa e sem a sensação de que viver a vida é proibido.

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